domingo, 25 de novembro de 2007

R$ 5,00

Caraca.Cinco pila dá o maior prejú pra cidade,pro estado,pro país...será?
Ontem fui ao pronto socorro municipal,por volta da meia noite, tomar um "sossega-leão" pra gripe. Fui atendido em 5 minutos e demorei outros 35 pra ser medicado(benzetacil + outro treco que não lembro agora).Mas,esses 35 minutos valeram a espera.
Vejo reflexos de luzes piscando,seguidos de barulhos de porta batendo.Alguém faz uma ficha e entra com ela(a ficha) à procura do psiquiatra de plantão.Uma nordestina forte,parruda.Poucos minutos se passam e o doutor aparece.Pra minha sorte, a sala dele é em frente à sala de medicação,que como você leu anteriormente,é onde me encontro,aguardando a picada(e doeu,viu). A nordestina encontra o doutor e é esse o diálogo que se segue:

- Dotô,meu marido taí comigo,bêbido e agemado. Num guento mais não.É assim agora: bebe e me bate. Queria que o dotô fala com ele,porque ele disse que qué larga a bibida.
-Minha senhora,se ele está bêbado,o que tenho a fazer é: medicá-lo e mandá-lo de volta pra casa.Nesse estado,todo bêbado mata todo mundo,se mata,quer se livrar da bebida,entre outras tantas promessas.
-Mas ele diz que qué largá mesmo,dotô!
-É como eu lhe disse: vou medicá-lo e mandá-lo pra casa.Se amanhã,quando ele acordar,ele disser que quer mesmo largar a bebida,aí sim,a senhora vem com ele aqui que a gente vai fazer um tratamento completo com ele.Mas só se ele quiser.Eu só consigo tratar quem quer ser tratado.
-Mas o dotô num pode nem dá uma bronca nele? Assim,quem sabe ele não me bate.
-Tá bom,vá buscá-lo.
Enquanto isso,o doutor lê a ficha e descobre o nome da ameaça: Gonçalo.
Lá vem então a nordestina,o policial e o bêbado,"agemado".
Quando eles entraram na sala do doutor,esse não se conteve.Soltou uma sonora gargalhada.
-Mas como é que a senhora apanha disso?
Gonçalo tinha metade do tamanho e quase metade do peso da nordestina.Sem contar que estando bêbado,não é lá muito rápido.
-Ele me pega de supesa,durmino.Só que dessa veis num perdoei e chamei a polícia.
Gonçalo entra berrando:
-EU CONVERSO COM O DOTÔ SÓ SE ME MANDA TIRA A AGEMA.TÔ IM SUN PALO TEM PRA MAIS DE 30 ANO E NUNCA ME COLOCARO UM TRECO DESSE.
-Gonçalo...
-MANDA TIRÁ,DOTÔ...NUM VÔ REAGI NEM MACHUCA NINGUÉM...
-Pode tirar,sargento.
-Agora senta aí,Gonçalo,e pára de gritar.
-Por quê você bate nela?
-Dotô,ela sabia que eu bebia muuuuito antes da gente casá. E qué mudá eu e eu num quero mudá.
-O senhor quer largar a bebida,seu Gonçalo?
- Eu até quero,dotô.
-Então venha amanhã com sua esposa aqui.Depois que o senhor acordar e estiver beeem sóbrio,e ainda continuar com essa certeza de largar a bebida.
-E a senhora vai fazer o seguinte: se ele voltar a beber e ameaçar a senhora,a senhora vai procurar a delegacia da mulher,registrar queixa e deixar que ele fique na cadeia. A senhora tem que ter atitude.Abandona ele.Vai embora.Sozinha ou com os filhos,se tiver.ABANDONA ele.Deixa ele ficar na sarjeta.Morar na FAVELA.
Gonçalo responde:
-Até que na favela tem bastante barraco bonitinho...
Me segurei pra não rir, e então ouvi meu nome. E enquanto a banda direita da bunda ardia com a benzetacil,entrei no carro e vim pensando com meus botões:
Caraca,que prejú dão esses cinco pila que ele tomou de pinga.
É psiquiatra,viatura,sargento,soldado,pronto socorro...5 pila...mas ele tem é direito.E ele tem mais é que usar isso.Direito de beber!
E quem garante que ele não bebe por causa de problemas que o estado,a prefeitura,ou a polícia lhe causou? xiiiiii...papo cabeça...chega!

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