terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Parar de fumar?

Caraca.Vou te contar uma coisa:Fui fumante por 20 anos e larguei há 4 ou 5 anos,não lembro mais.Nunca mais coloquei um cigarro na boca e tenho uma convivência,digamos,pacífica com os fumantes.
Na época em que eu parei,é até engraçado lembrar,comentei com um médico:vou parar de fumar e começar uma dieta.Ele me falou: você vai ficar maluco.Escolha uma das duas coisas e comece.Você não vai conseguir suportar a falta de nicotina e a restrição da dieta de uma só vez.
O conselho dele foi certeiro.Não há ser humano que aguente tamanha privação.Foi realmente muito difícil parar de fumar.Usei o método "um dia de cada vez",e nos primeiros dias o método era "um minuto de cada vez".Isso mesmo.Contava os minutos que eu já estava sem fumar,no primeiro dia.Depois do primeiro dia,comecei a usar os dias a meu favor,ou seja,os contava como vitórias:"já estou há dois dias sem fumar",e assim sucessivamente.E a cada dia que se passava,o método melhorava,pois todas as vezes que eu sentia vontade de fumar,eu colocava um cigarro na boca e pensava: já estou há 4 dias sem fumar,se eu fumar agora vou ter que começar tudo de novo.Entendeu? Os dias vencidos eram meu trunfo.
Como dizia Cazuza,"eu não tenho data pra comemorar".Não marquei um dia x pra parar de fumar.Parei.Isso é o importante.
Outra coisa:não fiquei sem cigarro.Eu não fumava,mas não ficava sem cigarro.No meu caso,que já tinha tentado parar uma vez,percebi que eu não podia ficar SEM o cigarro.Todas as vezes que eu tinha vontade de fumar,quando ela vinha muito forte,eu pegava um cigarro,colocava na boca apagado e esperava a vontade passar.Porque ela passa.Ô se passa.E o cigarro apagado me fez compania por seis meses.Cada vez menos eu fazia uso dele.Até que me senti seguro,e larguei.Nunca usei o cigarro apagado junto com outras pessoas.Ele era uma decisão minha,e eu não precisava dividir isso com ninguém.Também não falei pro mundo que ia parar de fumar.Só pras pessoas mais próximas.Contei com o apoio e a ajuda delas.Mãe,esposa,irmãos.Foram todos muito importantes.Principalmente minha esposa,que pra minha sorte nunca fumou e é dona de uma paciência de Jó.Porque a gente quando tá privado de um vício fica INSUPORTÁVEL.Houve momentos de quase separação.Mas eles passam como passa a vontade de fumar.
Escrevi isso porque agora começo outra fase.E tenho certeza do meu sucesso e consciência das dificuldades.É isso o que a gente precisa.

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